sexta-feira, 5 de junho de 2009

Sob os lençóis


O silêncio imperou na casa. Todos já estavam dormindo profundamente, menos ela que não conseguia tirar aqueles pensamentos da mente. O que havia lido naquele dia mexera muito com sua libido. Com certeza planejaria todos os passos para realizar aquele sonho.

Por baixo dos lençóis, ela ergueu a camisola e, já sem calcinha, começou a se tocar. Os seios excitados pelo tesão e pelo frio, pediam a mão quente e aquela boca que arrancava suspiros a cada vez que a tomava nos braços.

Com a mão esquerda ela acariciava os seios, imaginando seu querido. Com a direita tocava seu sexo com suavidade; sexo que pulsava de prazer pela própria imaginação. A respiração era ofegante. As lembranças começaram a figurar como trailer frenético aumentando com a aproximação do gozo.

Ela reprimia os gemidos e aprisionava o orgasmo com cobertas que a protegiam dos 5 graus que faziam naquela noite. O calor já beirava o insuportável e os dedos já não conseguiam tocar seu clitóris, tomado de êxtase... logo seu líquido escorreu por entre as pernas, terminando no ânus, piscando de prazer...

Exausta e satisfeita com o delírio, adormeceu como merecia.


- Preciso te confessar uma coisa?
- Fale
- To com um incômodo tão bom. Algo tão socadinho
- Estava esperando que me falasse sobre isso...
- Uma tanguinha laranja, não fio dental, mas enrolei para que ficasse mais volumosa atrás e acomodasse melhor
- E como está se sentindo?
- Um coisa eu sei, estou com saudades de ti
- Minha vadia, também sinto tua falta

É a isso que me refiro. É a ele que pertence o orgamo solitário mais intenso dos últimos tempos!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Quem conduz é o sub


Muitos dominadores vão querer o meu couro pela minha afirmação, mas é uma tese que defendo e admito para os subs com mais repertório: numa relação BDSM, quem conduz é o submisso.

O objetivo do dominador é dar prazer ao submisso por meio dos castigos, confirmando sua vaidade e sua supremacia. Os limites do sadismo, na minha opinião, se pautam onde termina o prazer de infringir a dor e começa o machucar sem função coercitiva nem erótica. Sendo assim, a dor e o prazer do submisso passa a ser o norte da relação SM.

Meu Monstrinho sempre atiça minha curiosidade. Esse é o principal motivo pelo qual é o meu sub preferido (Tolkien, antes que te magoes por ainda não ter sido citado, ainda tenho saudades de ti e sempre vou ter). Graças a astúcia dele em me sugerir coisas nas entrelinhas, comecei a estudar sobre hipnose e me aprofundei em feminização, por exemplo. Conversamos muito, somos amigos e temos respeito um pelo outro, isso é o que mais importa na relação que mantemos.

Não seria possível mantermos um relacionamento BDSM, ainda mais à distância, se não houvesse confiança e cumplicidade. Já erramos, sim, mas sempre tomamos a lição como aprendizado e fortalecimento dos laços de domme / sub e de amizade.

Enfim, a polêmica existe para provocar e para acrescentar. Quem discorde de mim, se manifeste!

A Wanda dos olhos impossíveis

No tópico "vaidades", não posso deixar de contar porque algumas pessoas me conhecem por Wanda. No ano passado fui presenteada com um exemplar de A Vênus das Peles, de Sacher-Masoch (a bíblia dos masoquistas) pelo meu querido JonJon - quem me conhece há algum tempo, sabe de quem estou falando.

A personagem principal é Wanda, a Vênus das Peles idealizada e imortalizada por Severin. Wanda tem olhos verdes e torna-se uma dominadora cruel. A história é elegante, excitante e mostra como nenhuma outra as nuances da submissão.

Na dedicatória do meu presente, JonJon escreveu: "Para XXX, que os olhos de Wanda têm e o coração maior que o mundo..."

Mostrei para um super amiga do trabalho e da vida pessoal. Ela adorou e passou a me chamar de Wanda, já que também é um nome de bruxa. Muitas pessoas me chamam de bruxa e o apelido casou perfeitamente.

As práticas e as preferências

Antes de qualquer coisa, é importante que eu coloque minhas preferências, embora elas mudem com frequência de acordo com as descobertas e leituras que faço. Meu Monstrinho (como carinhosamente chamo MZ) tem contribuído para a metamorfose dos meus gostos.

1. Sou praticante e defensora da inversão como forma de prazer máximo aos homens que se permitem prazer total e às mulheres que se deleitam experimentando o falo como instrumento de dominação. Pratico há algum tempo e tenho me aprimorado na técnica.

Nesta prática, tenho um "brinquedinho" que chamamos de Pretinho Básico. Ele tem 23 cm e é objeto de temor para alguns e prazer para outro especificamente. Por ser um tanto pesado, dificulta o suporte do strap, mas nada que a habilidade e a prática não superem.

2. Sou apaixonada pela arte do bondage e do shibari. Mas sei pouco. O básico faço faz tempo, mas estou aprendendo com meu sub (sim, a gente aprende muito com eles...) a fazer nós lindos, com materiais diferentes e com funções diferentes.

3. O spanking é definitivamente O Instrumento de dominação física. Quem nunca levou uns tapas na vida? Além de ser prazeroso bater (e creio, receber), remete às lembranças mais mundanas do íntimo que, frequentemente, trazem um prazer quase inexplicável. Sou adepta do spanking simples ao moderado.

4. Hipnose erótica é minha mais nova curiosidade sexual. Tenho lido e estudado muito sobre o assunto. Minhas práticas ainda sao tímidas, mas deram bons resultados. É o que pretendo me aprofundar com mais intensidade nos próximos meses.

5. Feminização e práticas crossdressers: Para quem não sabe o que é um CD (ou crossdresser), trata-se de um homem, quase sempre heterossexual, que se excita com a própria figura vestida de mulher. Os acessórios como lingeries, corserts, espartilhos, sapatos de saltos, botas, meias e cintas-liga fazem muito sucesso entre os CDs.

Transar com um CD é uma experiência que aprendi a gostar. Inicialmente achei que não iria curtir, mas depois fui tomando gosto pelo ato de subjugar um homem e utilizar a dominação psicológica sobre ele. Muito frequentemente os CDs não se aceitam no seu próprio fetiche e isso abre uma linda brecha para que sejam dominados. Eu particularmente me excito em imaginar que tenho uma putinha na minha cama sob meus comandos.

Já a feminização é o treinamento do sub para se portar como uma mulher. Mas não se resume apenas aos acessórios ou roupas e sim às atitudes femininas, que podem estar ligadas a alguma fantasia bi ou lésbica da dominatrix. Enfim, como dizem que toda mulher é um pouco lésbica, eu me aproprio do conceito porque me é conveniente. Também é uma prática que pretendo me dedicar mais nos próximos meses.

Além dos que detalhei acima, gosto e pratico massagem de próstata, mumificação, candle wax, privação de sentidos, facesitting, vendas/mordaças/plugs/prendedores e outros apetrechos, brincadeira dos cheiros (nome dado por mim ao treinamento olfativo dos meus subs, onde utilizo aromas de frutas, óleos, ervas e essências); cinto de castidade e privação de orgasmos.

Eu faço sexo com meus subs, mas como forma de prêmio. A todos permito que pratiquem sexo oral e frequentemente os brindo com minha habilidade felativa porque me dá muito prazer chupar pau (não há como dizer isso sem ser assim...). O sexo em si é uma paixão e uma delícia. Transaria várias vezes ao dia. Mas entendo que, no caso do BDSM, é uma espécie de ápice da relação. Quando uma domme e um sub conseguem chegar ao orgasmo juntos, está brindada a afinidade entre ambos!

Por que Lady Vulgata?


Este nome foi criado por um "amigo" dominador, por quem nutri um sentimento muito contraditório e intenso. Vulgata é uma tradução da bíblia feita no século IV por encomenda da igreja católica. Os textos são de autoria de São Jerônimo, que tentou ser mais claro "traduzindo" o velho testamento.

Como este amigo é de formação mórmon, resolveu unir o santo ao profano e me deu o nome enquanto esperava um ônibus para Porto Alegre em meados de 2007. Gostei e adotei!

O porquê do espaço - desabafo de uma domme

Há muitas respostas. A primeira delas é a satisfação da vaidade. A segunda é o intercâmbio de informações entre mim e meu sub MZ que podem ser compartilhadas. A terceira é a minha preocupação sobre a queda do nível das discussões em torno do BDSM.

Como domme há quase seis anos, tenho observado uma crescente curiosidade das pessoas sobre o tema. Há poucos dias, inclusive, compartilhei com meu sub um ensaio fotográfico sado-masoquista de uma modelo famosa para o principal jornal aqui de Santa Catarina.

Mas o que é o BDSM? O que é ser uma mistress ou domme? O que é ser um submisso ou um masoquista? Não tenho a pretensão de dar as respostas, mas quero expor minhas opiniões e minhas experiências, assim como meu sub o fará semanalmente.

Há muitas pessoas inteligentes, cultas e com repertório no meio. Porém, há muita curiosidade e carência atrapalhando as práticas e os relacionamentos SM sérios. Se você quer uma mulher fetichista ou safada, não necessariamente deve procurar uma domme ou uma sub. Se você é uma mulher procurando sexo, não deve se intitular domme a menos que realmente tenha a alma de uma Rainha.

O fato dos praticantes do BDSM se despojarem de muitos preconceitos por conta de seus desejos não os faz aptos a aceitarem qualquer coisa!

Sadismo e masoquismo são artes para quem os pratica e nascem com a pessoa. Claro que é possível que se descubra isso de forma mais tardia, porém sinais aparecem muito cedo na vida de nós, seres "estranhos".

Sou Lady Vulgata, 31 anos de idade e 6 de prática SM.