sexta-feira, 10 de julho de 2009

Quase quatro horas depois...

Passava das cinco da tarde e meu dia havia sido quase nulo no trabalho. A cabeça não parava de pensar naquelas coxas e naquela bundinha arrebitada, vestindo apenas uma calcinha minúscula por baixo da sainha plissada.

Decidi sair um pouco mais cedo. Foda-se. Amanhã chegaria duas horas antes para compensar o trabalho não feito, porém com certeza estaria muito satisfeita. Meus planos não eram nada modestos; incluíam várias horas de malabarismos instintivos...

Queria ser sádica, sórdida, mas apaixonada. No caminho vinha matutando as mil idéias que me consumiam. Era tanta pira para pouco tempo e um corpo balzaquiano. Bateria nele, com certeza, inclusive por me fazer esperar tanto tempo para tê-lo em minha cama.

Vamos, menina, seja original, pensava eu com meus botões. Abri a porta e decidi deixar minha voracidade falar (assim como dizia o bilhete perdido no casaco) . E onde estaria minha Sissi? Procurei por todos os cantos da casa e nada. Uma coisa me intrigava: a cópia reserva que eu havia dado a ele estava pendurada no chaveiro da cozinha. A pergunta agora era: como ele tinha saído e trancado a porta se a chave estava lá?

Pensei um pouco e nada me vinha como resposta. Já frustrada pelo tesão interrompido, decidi tomar outro banho para relaxar. Talvez assistisse um filme, talvez lesse um livro. Ligar praquela vadia? Nem pensar! Por mais que estivesse preocupada, seguiria meu código de ética com ele até o fim. Um bilhete e um sms não custariam nada praquele cretino...Enfim, não adiantaria arrancar os cabelos ou me estressar.

Pus uma música. Logo meu companheiro de moradia chegaria e com certeza riríamos muito. Fui tirando a roupa e lendo uma revista jogada no sofá ao mesmo tempo. Quando estava praticamente nua, escuto o barulho da fechadura. Putz, meu amigo chegou mais cedo, pensei. Procurei meu hobby e vesti rapidamente.

- Chegou mais cedo, colega?

Ninguém me respondeu.

- Agora tá surdo, é? Saí já rindo em direção à sala...

Qual a minha surpresa, quem está na porta é meu Monstrinho, com uma mochila enorme, sem as roupas que vestia de meio-dia (obviamente) e com ambas as mãos para trás. Os olhares se cruzaram surpresos. Tanto ele não esperava me ver, quanto eu não esperava que ele voltasse, ainda mais sem a chave...

- Como fez pra entrar? E por que foi embora sem me avisar?
- Minha Rainha, na verdade... Ai que droga, queria fazer uma surpresa!

Meu corpo voltou a incendiar. Não disse palavra, mas era como se o Etna retornasse à ativa. Se ele passasse a me fazer surpresas, teria aprendido mais uma das lições de "Sissi": o valor das surpresas para uma mulher.


Nada mais prazeroso e gratificante para uma alma feminina do que surpreender seu par ou ser supreendida.

- Se a Rainha permitir, eu ainda consigo montar parte dela.
- Claro. Agora estou curiosa e excitada pelo que me aguarda. Vi que traz alguma coisa que não posso ver e só por isso não vou me aproximar e te beijar, vadia. Não demore!

Entrei no banheiro e me preparei para um longo e delicioso banho.

- Por favor, Rainha, quando estiver pronta me avise para que eu ajeite tudo aqui a tempo e não estrague a surpresa, gritou minha Sissi querida do quarto.
- Take it easy, babe!

Me perdi nos devaneios. Como já estava excitadíssima, aproveitei para me tocar delicadamente. Passei um pouco de óleo de canela nos seios, com os bicos duríssimos e com o resto acariciava minha bunda, coxas e meu grelo. Quando estava quase chegando lá, decidi parar e ficar molhada. Sairia do banho ainda com o sexo encharcado de tesão, óleo perfumado e água. Pus o tapete mais perto da porta e avisei.

- Estou saindo...
- Um minuto, Rainha... Pode vir

Saí porta afora como uma leoa no cio. Parei na entrada do meu quarto quando vi a cena mais linda que uma dominatrix (e uma mulher) pode viver. Minha cama coberta de flores coloridas, de todos os tipos minúsculos. Um perfume maravilhoso no ar e ele, minha Sissi, vestidinha de meias arrastão, sapatos de saltos stiletto pretos, calcinhas e sutiã que eu dei de presente e uma camisola preta fininha por cima. Estava "linda", cabelos presos e a tradicional cara de safado que nunca me deixa esquecer que trata-se de um homem delicioso.

Ao me ver nua, seus olhos fixaram em algumas partes do meu corpo que sei que ele gosta como seios, pernas e pés. Volta e meia subia e me fitava os olhos com desejo. Ambos temos os olhos verdes, o que nos confere todo o ar de mistério e lascívia possíveis aos portadores desse matiz.

Lentamente eu me aproximei dos seus lábios e o beijei. O beijo dessa vez nada de "morno" tinha. Parecíamos estar num deserto, onde nossa única fonte era a própria saliva.

Passando minhas mãos delicadamente sobre seu corpo, fui sentindo cada pedaço da pele do meu objeto de prazer. É certo que a calcinha tinha um volume muito acima do normal para uma dama, o que me deixava mais e mais excitada. Vi que o safado tinha deixado todos os meus "intrumentos de trabalho" no banquinho ao lado da cama, separadinhos, incluindo as camisinhas, cordas, strap-ons, lubrificante, bolinhas e chicotes. Senti falta do plug verdinho básico. Um sorriso safado invadiu a carinha do meu Monstrinho. Pus a mão na bunda da minha putinha e senti o plug por baixo da calcinha. Meu tesão foi a milhão. Queria morrer trepando com aquele ordinário que tanto me fazia feliz...

Deitei minha Sissi na cama, com toda delicadeza que uma fêmea exige na preparação do coito. Beijos, carícias e minhas mãos tirando a camisola e as meias. Lambi cada parte do seu corpo com carinho. Peguei as cordas, amarrei cada pulso em uma das canelas. Beijei seus lábios e pedi que confiasse em mim.

Vesti meu strap-ons e retirei o plug do seu cuzinho. Lambi todo o seu sexo, as bolas e a entradinha apertada da minha menina. Fiz com que ficasse bem relaxado. Puxei um dos meus lenços da caixa e vendei seus olhos para que se deliciasse com a imaginação da cena, curtindo as sensações, os cheiros, o toque do meu corpo no dele.

Coloquei uma camisinha de menta, bastante lubrificante e aos poucos fui penetrando o cuzinho já arrombado pelo plug. Fui soltando as cordas que prendiam suas mãos para que mergulhasse na cena. O pretinho básico não é tão simples de ser "engolido", mas minha Sissi foi maravilhosa, sugando meu "membro" com voracidade, rebolando no meu corpo extensor, enquando apertava meus seios e gemia baixinho.

As flores se misturavam ao nosso suor. Deitei sobre ele. Os beijos cadenciavam com o vai-e-vem dos nossos corpos. O perfume das flores se misturava ao cheiro do óleo de canela e ao aroma da pele dele. Química mais perfeita entre uma Rainha e um submisso não poderia existir. Cumplicidade maior entre um homem, uma mulher e seus fetiches seria pouco provável.

Gozamos juntos em sincronia de corpos e desejos.

Quase desfalecendo em seus braços, dei por conta que a porta do quarto estava aberta e que, se meu amigo tivesse chegado, nem teria prestado atenção.

- Relaxa! Ele me ajudou. Ou como pensa que fiz para entrar aqui de novo sem a minha chave e como fiz para comprar as flores sem conhecer as redondezas?
- Safados...
- E ainda tem uma coisinha pra senhora comer lá na cozinha, moça
- Jura? Que chique! Estou com fome. Vamos?

Era algo delicioso, mas diante de tanta paixão, perde a graça contar o que os dentes mastigaram após esse tanto de amor...

quarta-feira, 8 de julho de 2009

vinho quente desperta a volúpia?

O chefe re-ensinou a receita da nona: duas gemas, duas colheres grandes de açúcar; bater numa gemada lisa e branquinha; misturar ao vinho aquecido no microondas lentamente e beber já na cama. No caminho de casa, algumas palavras sobre como aprender a viver.

Não sei se foi a lembrança, se foi o cuidado do chefe e a gentileza de me levar em casa, mas sei que funcionou. Um sono profundo me invadiu o corpo e a alma.

Havia dezenas de computadores negros numa sala escura e fria. Luzes pequenas azuis piscavam ininterruptamente e alguns lampejos vermelhos saltavam no espectro vez em quando. Um gato preto atravessa a imensa sala. No fundo, em uma das cadeiras, uma pessoa sentada e compenetrada nas imagens confusas que perpassavam a tela do computador.

Eu estava vestindo apenas uma camisola preta de um tecido fino e transparente. Conforme meus passos avançavam na direção do rapaz, o tecido "reagia" aos movimentos do corpo. Estava descalça e a certa altura o gato passou a me acompanhar.

Chegando mais perto, pude ver de quem se tratava. O comprimento e a cor dos cabelos foram suficientes para entregar a identidade do solitário nerd. Pensei que faria uma surpresa, mas ele parecia estar me monitorando. Há cerca de 10 metros, ele virou-se e levantou para me abraçar. Um longo abraço...

Eu estava um tanto ébria, não por álcool, mas por algum torpor da própria sala. Meu querido entregou-me as cordas. Num instante uma imensa parede ergueu-se em meio aos computadores. Tirei suas roupas, beijei seus cabelos e o amarrei na pilastra ultramar fosca. Manifestava uma habilidade no bondage que reside em meus sonhos, mais de fato ainda não a possuo. Os nós ficaram perfeitos, simétricos! Quanto mais eu o deixava sem escolhas, mais ele me olhava com prazer. Soltei os seus cabelos e coloquei em sua boca um lenço negro que guardava amarrado na ponta da camisola.

Com uma pequena fita, amarrei seus testículos separando delicadamente cada hemisfério. O nó final brindou a ereção e a essa altura as gotas de prazer já molhavam o chão. A cena era linda! Quisera eu saber desenhar ou pintar...

Minha única alternativa naquele momento era colocar a boca no centro do amor de meu par. Ordenei que não ejaculasse, mas me empenhei em lambê-lo e chupá-lo de todas as formas possíveis. Minha língua passeava por seu sexo, descia pelas fitinhas que cercavam suas bolas. Quando senti seu falo latejar, pressionei a base para que o gozo não fosse naquele momento. Queria mais e queria de outro jeito...

Afrouxei os nós e de alguma forma um tanto mágica e permissiva apenas nos sonhos, eu o amarrei de costas, deixando boa parte do seu corpo livre. Ainda amordaçado, tocava meu próprio sexo e dava de beber a ele em conta gotas, puxando o lenço de lado levemente. Seu prazer parecia alucinógeno. Puxei seus cabelos e eis que surge minha companheira de labuta. Vesti o strap-ons e o segurei firmemente pelos quadris. A pressão do corpo dele contra a pilastra fez minha mão que o masturbava ficar levemente esfolada. A respiração aumentava no ritmo das estocadas. As tiras da cinta me roçavam de uma forma a imitar a língua mais deliciosa que conheço.


A iminência do clímax chegou ao insuportável e a tortura perderia a graça diante de tanto tesão sincronizado. Deixando o brinde aos deuses do amor, jorrou o líquido abençoado em minhas mãos simultaneamente ao que escorreu de leve em minhas coxas.

Acordei com a mão doendo... Creio que plasmei parte da volúpia...
Se assim for, nem é tão ruim ficar doente!