sexta-feira, 18 de setembro de 2009

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Mamãe sereia


Iemanjá, Iemanjá
Iemanjá é dona Janaína que vem
Iemanjá, Iemanjá
Iemanjá é muita tristeza que vem
Vem do luar no céu
Vem do luar
No mar coberto de flor, meu bem
De Iemanjá
De Iemanjá a cantar o amor
E a se mirar

Na lua triste no céu, meu bem
Triste no mar
Se você quiser amar
Se você quiser amor
Vem comigo a Salvador
Para ouvir Iemanjá
A cantar, na maré que vai
E na maré que vem
Do fim, mais do fim, do mar
Bem mais além
Bem mais além
Do que o fim do mar
Bem mais além
(Canto de Iemanjá - Vinícios de Moraes)

Odoyá, minha Mãe querida, a Senhora que é mãe das cabeças e a protetora universal, ajuda Tua filha a ter um coração mais tranquilo e uma mente mais sossegada!
Odoyá, Odoyabá!


quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O impulso ariano

Há algum tempo eu me pergunto do porquê de ter tantos arianos na minha vida. Podem pensar que é bobagem, que signo solar não determina nada. Ok, realmente para analisar uma pessoa mais a fundo, é necessário que pelo menos saibamos o signo solar e o ascendente.


Mas há, sim, características comuns nos nascidos sob o mesmo signo solar e cheguei à conclusão que o número de arianos com quem passei a ter contato estreito cresceu porque há cerca de dois anos passo por uma espécie de renascimento, um processo de auto-conhecimento, de transparência comigo mesma. E o que simboliza um ariano na sua essência? A gênese e o impulso criador.

Arianos são teimosos, convencidos, um tanto ingênuos em meio à sua arrogância de saber tudo, vaidosos e bastante egoístas. Porém são francos, diretos, cheios de vida, espontâneos, sensuais, inteligentes, curiosos e generosos. Características muitas vezes paradoxais, mas que casam perfeitamente na eterna busca que têm consigo de não permitirem que o fogo os consuma; de não se tornarem pessoas que apenas começam as coisas e não terminam nada; de desafiarem a si mesmos a "permanecer" e não serem vencidos pelos próprios impulsos e pela auto-imagem equivocada e abusada.

Estou postando esta reflexão hoje para agradecer aos meus arianos queridos que transformaram e movem minha vida na direção do recomeçar, do impulso criador e da energia de estar viva. Com vocês estou aprendendo a correr riscos e resistir nos solos mais áridos; a me entregar, ser intensa, empreendedora e mesmo assim ser mais simples; a não ter medo do desconhecido e ser mais auto-suficiente; a ser mais pragmática e dizer NÃO;  a colocar mais energia no que realmente amo; a encarar meus problemas de frente e resolvê-los AGORA; a me reconhecer poderosa; a ligar o "foda-se" SEM CULPA!


"Áries é como a primavera, que faz brotar a vida à partir da solidão do inverno".
É assim que me sinto, saída de um longo inverno de apatia e comodismo...

Obrigada ao meu irmão querido, ariano do dia 17; à minha única tia paterna e grande amiga, do dia 16; à minha prima confidente, do dia 15; ao meu ex-marido, pai da minha filhota, do dia 7; ao meu babyboy JonJon, do dia 18; ao meu Monstrinho, do dia 6; ao meu amigo-doido-advogado-pervertido Alemão, do dia 4; ao meu novo amante-amigo Yuri, do dia 24/3; e à minha mais nova amiga libertina, do dia 5. Há até gente que já se foi, gente que me desafiou e brigou comigo, gente que não tenho muita convivência, gente que me provocou. Todos têm algo em comum: me despertaram mudanças, tenha sido pelo prazer e pela alegria; tenha sido pela dor do dedo na ferida.

Amo vocês, carneirinhos!

domingo, 13 de setembro de 2009

A palavra é o meu domínio sobre o mundo


Relendo Clarice Lispector, encontro nas letras muito de mim, do meu momento, do que sinto. Como ela podia ser tão universal, tão eu, tão cada um de nós e atemporal? Bruxa!


"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."

"Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite."

"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."

"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada."

"Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil."

"Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras.
Sou irritável e firo facilmente. Também sou muito calmo e perdôo logo.
Não esqueço nunca. Mas há poucas coisas de que eu me lembre.
Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação."

E, finalmente... "Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."