domingo, 25 de outubro de 2009

A oportunidade e a honra

Oportunidade é algo que nem sempre acontece duas vezes na vida. Aquela conquista, aquele emprego dos sonhos, aquela pessoa fantástica, aquele momento inesquecível, aquele fetiche... quantas pessoas infelizmente perdem a oportunidade de viver esses momentos? As justificativas sempre são abundantes: "estou ocupado, não tenho tempo, tenho medo, não sei se é isso que quero realmente, vamos deixar pra próxima, estou sem dinheiro, não tenho coragem"... e por aí vai o estoque de desculpas.

Porém, queridos, a vida só é desfrutada plenamente por quem se permite vivê-la, ousa, enfrenta, corre riscos, acredita e não protela.

Acho que um ensinamento que aprendi muito cedo na vida foi o de me arrepender pelo que fiz e nunca pelo que não fiz. Odeios os "se" que as pessoas colocam nas suas vidas. E no BDSM não seria diferente. Lamentavelmente o que vemos por aí é um bando de submissos sedentos por ser dominados, porém covardes demais para enfrentar o que ainda desconhecem na prática, covardes demais para a entrega. Alguns até têm repertório (coisa que considero básica para confiar minha coleira), mas não têm suficiente ousadia para levar a brincadeira adiante. Para estas pessoas, mesmo a condição financeira ideal, a falta de compromisso matrimonial e a HONRA de uma domme como eu estar disposta a dominá-los não é o suficiente simplesmente porque o problema não está comigo, nem em outras dommes, nem no BDSM. O problema está neles e tem nome: covardia!

Estes dias li uma frase muito interessante no blog Sexo Verbal. É sobre ousadia, sexo e amor. "O sexo é democrático: é para preto, puta, pobre, alemão, rico, asiático, anão... Já o amor impõe uma simples condição: só os corajosos!"

Da mesma forma, o BDSM só pode ser vivido, em sua plenitude, com coragem e maturidade. Implica riscos, como todo relacionamento humano, mas traz muito prazer a quem se permite. Não deixa de ser uma relação de amor porque pressupõe cumplicidade, confiança, consensualidade, treinamento, entrega, carinho e muitas vezes paixão e amizade. Portanto, queridos covardes, afastem-se de mim. Sou mulher para quem tem culhões; sou domme para quem se banca!

"Eu penso na deusa do amor, descida do Olimpo, indo ao encontro de um homem mortal, tremendo de frio nesta terra moderna, e procurando aquecer o corpo augusto em uma pele grande e pesada, os pés do regaço do amado; penso no escolhido de uma forma despódica, que quando se cansa de fustigar o seu escravo se põe a beijá-lo – é que por ele tanto mais é amada quanto mais o espezinha [...]" (Sacher-Masoch)

3 comentários:

  1. só posso comentar que já fui covarde, mas quando descobri a adrenalina de um encontro, do inesperado e das coisas boas que podem acontecer, as coisas mudaram. Hoje, nao tenho medo do encontro, mas tenho muita precaução, muito cuidado e critério para decidir marcar um encontro.
    Lembro que na internet, tudo é possível, tudo é fácil, distante a cliques. E isso, facilita ao tímidos que na vida real, nunca se bancariam.

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  2. Acho que alguém esqueceu que este é o blog da Lady Vulgata...

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