domingo, 15 de novembro de 2009

A imagem de cada um

Ontem aconteceu o último encontro do grupo BDSM-SC do ano. Na minha avaliação, foi o melhor de 2009, não só pelo número de participantes, mas principalmente pela qualidade dos debates, a descontração e o clima amistoso.

Fui a primeira a ir embora porque tive que levar a futura fetichista que me chama de mãe. Passava da 1h e ela reclamava de sono, apesar dos muitos paparicos do pessoal que a adotou como mascote. Enfim, nunca escondo de ninguém, seja quem for, que tenho uma filha. Levá-la ao encontro não doeu nada, pelo contrário, conferiu um clima até familiar ao nosso grupo que está crescendo finalmente.

Acho que nós do G3 (Jonatan, Lady Vulgata e Parallax) finalmente estamos colhendo os frutos de um trabalho incansável de recepção aos novos e caça aos velhos fetichistas escondidos pelos cantos de Santa Catarina.

Tudo isso me levou a pensar na minha própria imagem e naquela que cada um constrói sobre si. Muitas vezes penso que passo longe da dominadora sádica idealizada nos filmes sobre o tema. Muitos submissos e homens em geral, inclusive, me dizem que tenho um semblante muito meigo, somente 'traído' por um certo olhar que nem bem eu sei qual é, mas que está presente em algumas fotos e memórias.

A verdade é que, ao entrar no meio BDSM, tentamos construir nossa faceta sob o que idealizamos ser a personagem que está dentro de nós. Pode ser no texto do 'quem sou eu' do orkut ou do fetlife, nas fotos dos nossos álbuns, na construção do avatar, na escolha dos nomes das personagens e na triagem dos submissos. Enfim, cada um acha o meio mais adequado de viver seu fetiche.

Porém, ontem olhando para cada um dos presentes, singelas lembranças de conversas no msn ou ao vivo me passaram como flashs mostrando que, no fundo, somos todos frágeis diante de nós mesmos. O fetiche é muito forte e feliz de quem o vive com leveza e equilíbrio. Senti algo muito importante em relação àqueles presentes; senti que fazem parte de um outro tipo de família que venho construindo em Florianópolis e da qual eu me orgulho muito de ser a Mommy. ;)



Obrigada Inativo, Chris Feet, Poderosa, Diego Capacho, Parallax, Jon Jon (Zepol), aos meus queridos amigos baunilha apimentados E. e D., e à minha filhota querida por estarem presentes.

Um comentário:

  1. Olá, muito legal seu blog. Queria deixar bem claro que, quando digo "deformação psicológica humana e irrecuperável..." estava me referindo ao ensaio de Sade, sobre o que foi definido como sadismo, que é o prazer e a excitação pelo real sofrimento alheio.

    Respeito o BDSM, assim como respeito qualquer prática exercida por qualquer pessoa que busque o prazer claro, quando todo o ato é consentido.

    Bjs, Nat

    ResponderExcluir